Memórias do Canavial
As facas amoladas cortam os nós da cana,
decepam, acertam as linhas
e os traços das almas dentro das alvas.
Longe e perto,
ouvem o eco da morte.
Vestem destinos.
Cedo, chegam ao inferno.
As chamas devoram a pele e o tempo
nesse macabro cerimonial.
Na memória, asas brancas
encharcadas de chuva,
atoladas em lama e cinza.
A facas cortam e apagam
as vozes cansadas depois da ceia.
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