segunda-feira, 8 de março de 2010

Cinderela

Atrás das portas
sou o enredo
dos palácios.

Observo-me
no leito.

Relógios quebrados
marcam meia-noite.

Sou
a Cinderela
sem sapatos.

Desfeito o encanto,
quebram meus dedos.

Altos são meus saltos
e o preço das joias.

À realidade, volto.
Trapos cobrem meu corpo,
visto o brilho das lágrimas.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Longe



Abraço meu corpo
e encontro  almas
a vagar desertos.

Soletro teu nome,
dedilho rosários.

A tarde, espero
vestidos rendados.

 Nas janelas,
ouço a valsa
 dos palácios.

Trêmulas,
as mãos desenham
lenços e laços.

o vento sopra suores
numa quarta-feira
sem batucada.

Respiro o ar frio
das madrugadas.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Confetes Mofados

Vago no tempo,
espero flores e abraços.

Fecho portas e janelas,
Abro as gavetas
onde guardo as cartas
de amores embriagados.

Leio, releio.
Choro tanto!

Vou ao espelho,
seco meus olhos.
Murmuro palavras
e sílabas cortadas.

Gargalho, danço,
ouço surdos
e tambores.

A horas passam ,
sopro poemas no vazio.
Guardo no corpo,
confetes mofados.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Lugares

Lugares:
Céu, mar, aves
ondas, peixes.

A tarde leva lava
a cor os olhos.

Lá fora, sombras,
flor plástico morte.

símbolos:
asa folha mão.


Lábio vinho beijo
espelho sonho mãe
abraço girassóis.


O vento varre o chão
vermelho milho amarelo
massa forno pão.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010



 Almost



In love, I walk blind.
sail the seas lakes
the empty space nothing.

Traffic:
people pets
Cars
gold silver
suburban trains
sidewalks mud
stone can.

Rub:
eyelid skin fruit
words whiteness
horizons roles.

Delivery:
hugs morning flowers
aroma caress hands.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Ar de Chuva

ardem meus olhos
quando a tarde
foge clama chora
saudades do sol.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Para um poeta Morto


Nas alturas, um trem elétrico
leva o corpo do poeta morto.

Torpe e tépido,
banhado em ervas
e  flores.

A alma embaralha-se
nas redes do destino.

Silenciosa, ouve
a trilha sonora
dos mistérios.

Poemas e preces,
voltam aos altares.

Círios perfeitos
iluminam madrugadas.
Poetas recitam poemas
ditados pelos profetas
reecarnados.

domingo, 24 de janeiro de 2010

A vida

é sim
ao queijo
ao duro
pão.

Um nada
à neve
n'alva rima
ouro puro
no chão.

A vida
é sim
é não

à boca aberta
branca e cheia
num amém.

Um Canto Para Janeiro

Manhãs abrem os olhos
nesse janeiro quase findo.
Assassino o tédio vendo TV.
Nos intervalos, acendo cigarros,
sorvo taças de vinho.

O sangue dos vampiros
escorre nas páginas dos livros
e nos figurinos do cinema noir.

Acordo num sonho
e nada sei de vida eterna.
Alegre e quase triste
minha alma segue
os fogos das festas.

Longe, soam os versos
inspirados no réveillon.
Janeiro vai,carnavais chegam.

Novos livros leio
enquanto fantasmas
caminham na salas
entre sussurros e preces.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

 Horas de Olga


Olga escolhe as flores
na margem dos lagos.

Olga namora o vento
e cores da paisagem.

 

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Delírio

Soa silêncio
nos olhos.

Os braços
são armas
e asas.

No espaço
uma canção.

O tempo
e o vento
acalmam
a fome.

Um homem sonha
fartas manhãs
de trigo, flores
e preces.

Palavras voam,
lavam-se.

Vestem
ondas
nuvens
o mar.

sábado, 16 de janeiro de 2010

A deusa Luna


Sentem os anjos a vibração
 das águas debaixo  do sol.

Acariciam pétalas à dentro.
Alastram-se na intimidade,
perfumes no ventre.

Nos cabelos, as esferas,
inundam apelos.

No vidraças,
lambe a noite a lua cheia,
soltam carmins estelares.

Nos palcos de areia,
dança coberta de véus.
Oferece o volume dos seios
aos segredos do mar.

Deixa no espaço
círculos de ouro,
recebem os dedos
anéis do impuro.

 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

O trem


Adoro o movimento das cores,
o vai-e-vem
o barulho
a bagagem no trem.

Adoro a passagem das árvores,
as casas, os braços abertos.

Adoro acenos,
olhares úmidos,
beijos vermelhos.
Ao vento, lenços de papel alvejam o ar de quem chega,
amargando a lágrima de quem vai.

Adoro montanhas,
o verde, o rosa das flores
na trasparência dos olhos.

Adoro o mundo
além cores
e cortinas
nas janelas do trem.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Humanitis

H u m a n i t i s

A r d
o
c h o r o

a

l á g r i m

a

d o

r e i

a

d o r

a

l e i.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Ver

Ver
novas linhas
entre os olhos
e as estrelas.

Encontrar-se.

Revelar segredos
às pedras
ouvindo
o mar.

Sonhar
flores
e
àguas
lavando
manhãs.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Soy Star

Eu sou quando
amanhã talvez.

Escureço,
amanheço,
amo, des
amo.

Ando, des
ando.

Tarde ou cedo
guardo no poema
versos de coragem
e medo.

Um dia ardo
um dia tardo
um dia chego.