quarta-feira, 6 de junho de 2012

Outras  Águas


Laços invisíveis aprisionam mágoas.
Absolutamente inteiro, adormeço.

Perto de espelhos, faço relatos
aos pássaros com asas feridas,
nas mãos dos homens.

Sonhos contados,
desfiam-se na sala.

Cortinas guardam estrelas.
Olhos iluminados louvam o riso
e a palavra dos filhos de Deus.

Guardo a luz das fotografias
na transparência das flores.

O verde das árvores
 mergulha as margens
d'outras águas.





sexta-feira, 23 de março de 2012

ENVELHECER

.).
Espero o envelhe
cimento duro

na praça

no banco
Um rádio
toca fina
música:

xote baião
blues fado

não enfado:

vida
pala
vras
frias
mortas na b

oca língua
presa aos
poucos

dentes.

Envelhecer
à sombra
e água
fresca

na manhã

esperar o pão
fresco

cada dia

velejar enquanto
apaga a última
estrela.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Poema 14 de Março

(Dia Nacional da Poesia)


Dentes quebrados na boca,
 sofrem as dores de ossos
gelados;

mascam a secura das folhas,
cospem os frutos mofados.

Soam meus ais,
dias nublados.

Poemas amargam,
curam, não ferem.

Não fedem,
não matam;

engolem a seco,
a massa: cal,
cimento, vidro
e sal.

A poesia morre desmorre
ilumina-se...ouve trovões.

Compra, paga,
rasga tostões.

Abre-se nos olhos secos,
mira as pedras, desertos
e mágoas.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A CASA

A casa guardava estrelas
e sonhos do mês de abril.

As folhas
iluminavam o chão
do invisível.

Nos campos,
pássaros desfiavam nuvens,
teciam o vento,
os fios da chuva.

Dedilhavam violões,
derramavam perfumes
nas salas.

Ouvia as pedras
postas nas mãos e
lançadas ao mar.

O amor habitava meu corpo;
todas as vidas revelavam-se
nas sombras da alma.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Lona e Lata

Forte e atrevida,
a língua falada nos becos,
lambe a estética das palavras.

escreve amor onde nascem
as folhas cobertas de cinza e cal.

Renascem as árvores
no meio das ladeiras.


Formigas levam  pele e osso,
crianças deslisam os dedos
na massa do pão.


Tolas, choram em vão,
quando desce a chuva
dentro  das casas.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Pintura

Forte e atrevida,
a língua falada nos becos,
lambe a estética das palavras

escritas nas folhas
cobertas de poeira,
cinza e cal.

As árvores adormecem nas mãos
que pintam luares e ladeiras.


Formigas levam restos de pele e osso;

crianças passam.
Brincam com bolas de massa de pão.

Tolas, choram em vão,
quando chove à tarde,
dentro e fora das casas
cobertas de lona e lata.