sexta-feira, 18 de março de 2011

Um Poema


Pássaro sem penas
chega a lugares
onde as almas
velam as flores.

O poema em si,
veste palavras.

Brota dos olhos
dos seres errantes.

É encanto
despranto
e nostalgia.

Ao poeta não cabe,
a arte de explicar.

A tarde



A tarde segue o voo das aves.
Ouvem as muralhas os segredos
 deixados no lodo das pedras.
 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Demências

Choram as musas
a ausência dos poemas.

Guardam apenas
 a essência das palavras
entre a pele e alma.

Nos cabelos embaraçados,
nos vestidos estampados,
arrastam a poeira do tempo.

Loucas, não ouvem a chuva,
não beijam as flores
no deserto das manhãs.

Quando dorme o sol,
seguem teu caminho,
e te perdes entre fantasmas
e seres dementes.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Canção de Ano Novo

Os tambores do velho ano estão mofados.
Batucadas acordam as mulheres e os homens,
ensinam as crianças, os passos da festa.

Vivos estão os pássaros presos na garganta.

O riso guardado explode na boca,
os olhos salvam as imagens
dos sonhos melhores.

O Ano Novo chega velho e cansado.

No arquivo, milhões de pedidos.
No ar, essências de esperança.

Nos calendários, promessas marcadas
iluminadas nas asas do sol.