Na Palma da mão

Na Palma da Mão

Sou assim:
nordestinamente crioulo,
afro-descendente,
bisneto de alemão?
Escrevo poemas
invisíveis
traçados nas linhas
brancos destinos
na palma da minha mão.

O Invisível em Rosa

O invisível em Rosa

Versos fragmentados
colados
na pele da alma
nos fios de vento
e nuvens.

Hoje

Não me importo com mais nada.
Jornais estão esquecidos na sala.
Estou farto de notícias e erudição.
Saio de mim. Ouço os pássaros.
Estranhas vozes, ecoam longe,
pregam evangelhos.

Vou ao espelho.
Contemplo as rugas,
o futuro é possível.
Vejo-me.
Uma criança pula cordas
no fundo dos meus olhos.

No Espelho

O espelho das águas
revelou-me
as faces
das almas
que fui.

Hoje eu sei de mim
vivo horizontes.

Num sonho
Deus se regala
a brilhar
nos meus olhos.

No espelho
sou além
sou água
a navegar
riachos e almas.

Re-lendo diápora

"Sou...
mais
uma vez
a vítima
de meu próprio
ser alado".

Sem imitações,
Entre céus e mares
eu sou e vou.

Na bagagem,
levo a poesia.
No olhar,
luares colados na alma.

Teus poemas

Teus poemas nascem.
Seguem as borbeletas,
nas manhãs após a chuva.

Teus poemas são orações a Zeus,
cruzando mares,nuvens e galáxias em formação.